sexta-feira, 29 de abril de 2011

6 - O MESTRE DOS MESTRES DA QUALIDADE DE VIDA

6.1 - Enxergando a grandeza da vida

     O Mestre dos mestres viveu intensamente a primeira lei da qualidade de vida. Ele foi autor da sua história no sentido mais pleno. Compreendeu como nenhum outro pensador da história a excelência da vida. Cada ser humano, independente dos seus erros, era para ele uma jóia única no palco da vida. 
     Nós desistimos de quem nos decepciona; para ele, ninguém era incorrigível. Teriam tantas chances quantas fosse necessárias. Em outros capítulos, estudaremos que até seu traidor e seus carrascos foram tratados com uma gentileza ímpar. Mesmo sendo frustrado pelas pessoas, jamais desistiu delas.
     Ele cria que valia a pena investir em cada ser humano, ainda que a sociedade quisesse eliminá-lo como lixo social. Por exemplo: "as prostitutas em sua época eram trazidas até a praça pública e mortas. As vestes de cima eram rasgadas, os seisos ficavam à mostra e, sob clamores de compaixão inaudíveis, eram apedrejadas."
     A cena era chocante. Como sempre na história, em particular nos dias atuais, a violência atraía grande audiência. 
     Gemidos de dor, traumas, hematomas e hemorragias compunham a melodia angustiante dessa pena capital. A sociedade concorria para ver o episódio.
     Tentar defender uma prostituta era loucura, era increver-se para sofrer o mesmo pesadelo. Entretanto, para nossa surpresa, Jesus tinha a coragem e o desprendimento de correr o risco de morrer por elas, mesmo que não as conhecesse. O Mestre da vida conseguia encontrar ouro escondido na lama. 
     Muitas vezes não protegemos nem a quem amamos. Alguns pais não conseguem ver a dor dos seus filhos estampada em seus olhos. Só vão perceber que eles estão doentes quando entram em crise. Alguns professores não conseguem perceber que por trás da agressividade dos seus alunos existe um grito de uma criança pedindo ajuda. Alguns juízes julgam os réus sem levar em consideração o sofrimento que motivou a ação. A justiça deve ser cega para ser justa, mas jamaisdeveria deixar de ter coração. 
     O território da emoção de Jesus era diferente. Era irrigado com uma ternura e uma capacidade de compreensão admiráveis. O amor o controlava e o tornava líder de si mesmo.   Ele não apenas mostrava uma sensibilidade fenomenal para compreender a dor dos outros e os sentimentos ocultos, mas também uma sólida habilidade para ser autor da sua história nos focos de tensão. Vejamos uma passagem complexa e interessante da sua vida.



6.2 - Liderando a si mesmo no ápice do estresse
     Milhares de judeus eram lúcidos e sensíveis. Eles amavam profundamente a Jesus. Mas havia um grupo de líderes, os fariseus, que o odiavam, tinham aversão pelo seu comportamento afetivo e tolerância. Como Jesus era socialmente admirado, eles precisavam ter um forte álibi para condená-lo sem causar uma revolta social.
     Depois de maquinar, prepararam uma armadilha psíquica quase insolúvel.  Certa vez uma mulher foi pega em flagrante adultério. Os fariseus arrastaram-na para um lugar aberto, para o local onde o Mestre dos mestres ensinava uma grande multidão. 
     Interromperam abruptamente a sua aula. colocaram a mulher toda esfolada no centro da sua classe ao ar livre. Sob os olhares espantados dos presentes, eles proclamaram de modo altisonante que ela fora pega em adultério e, segundo a lei, a sentença era morte por apedrejamento em público.Sutilmente, olharam para Jesus e fizeram-lhe uma pergunta fatal - "Qual seria o seu veredicto?"
     Nunca haviam pedido para Jesus decidir qualquer questão, mas fizeram essa pergunta para incitar a multidão contra ele e para que, assim ele fosse apedrejado junto com ela. Sabiam que ele discursava sobre a compaixão e o perdão como nenhum poeta jamais discursara. Se ele se colocasse ao lado dela, teriam como justirficar a sua morte. Se condenasse a mulher, iria contra si mesmo, contra a fonte do amor sobre a qual pregava ao público.A multidão ficou paralisada. 

  • O que você faria se estivesse sob a mira de um revólver? 
  • O que pensaria se estivesse em seus últimos segundos de vida?
  • Ou, então, que atitude tomaria se fosse despedido subitamente?
  • Que reação teria se alguém que você ama muito lhe causasse a maior decepção da sua vida?
  • Que comportamento teria se tudo o que você mais valoriza estivesse por um fio, correse o risco de ser perdido subitamente?
     Freqüentemente, reagimos sem qualquer lucidez nos momentos de tensão. Dizemos coisas absurdas, incoerentes, ferimos pessoas e nos ferimos. O medo, a raiva, a ansiedade nos impelem a reagir sem pensar, nos tornando impulsivos. Os instintos controlam nossa inteligência. 
     O Mestre dos mestres da qualidade de vida estava sob o fio da navalha, aos olhos dos hipócritas. O drama da morte o rondava e, o que era pior, poderia destruir todo seu projeto de vida.
     Os seus opositores estavam completamente dominados pela raiva. A qualquer momento, as pedras seriam atiradas, as cenas de terror se iniciariam. Foi nesse clima irracional que Jesus foi cobrado para dar uma resposta. Todos estavam impacientes, agitados, esperando suas palavras. Mas a resposta imediata não veio...Ele usou a ferramenta do silêncio. Jesus nos surpreendeu com uma grande lição: revelou que num clima em que ninguém pensa, a melhor resposta é não dar respostas. É procurar a sabedoria do silêncio. 
     Você usa a ferramenta do silêncio quando é pressionado? Nos primeiros trinta segundos em que estamos estressados cometemos nossos maiores erros.
     Nunca se esqueça disso, seus maiores erros não foram cometidos enquanto você navegava nas calmas águas da emoção, mas enquanto atravessava os vales da ansiedade. São nesses momentos que dizemos palavras que nunca deveriam ter sido ditas.
     Então, Jesus voltou-se para dentro de si, dominou sua tensão, preservou-se do medo, abriu as janelas da sua memória e resgatou a liderança do "eu" com sabedoria. Executou todos esses mecanismos psíquicos sob a aura do silêncio. Foi autor da sua história num momento em que qualquer psiquiatria seria vítima.
     Pelo fato de ter resgatado a liderança do "eu", teve uma atitude inesperada naquele clima aterrorizante:  começou a escrever na areia. Era de se esperar tudo, menos esse comportamento. Seus opositores ficaram perplexos.
     Somente alguém que é líder de si mesmo é capaz de ter coordenação muscular e serenidade para escrever num momento em que estão querendo assinar sua sentença de morte. Somente alguém que sabe ter sabedoria e domínio próprio e fazer escolhas é capaz de encontrar um lugar de harmonia no centro de uma gue. Ele era livre para escrever idéias em situações em que só era possível entrar em pânico, gritar fugir. Seus gestos fascinantes e serenos deixam abismada a psicologia.
     Augusto Cury relata que ninguém sabe o que ele escrevia. Mas deviam ser frases de grande conteúdo. Talvez escresse algo que demonstrasse a intolerância humana, a facilidade que temos em julgar os outros e a incapacidade que temos de encontrar um tesouro por detrás da cortina dos erros. Talvez escrevesse que o perdão é um atributo dos fortes; a condenação, dos fracos.
     Já na minha opinião, durante o silêncio Jesus usou a sabedoria voltou-se para seu interior e refletiu sobre a moral dos seres e ali em transe pôs-se a escrever o pecado de cada opositor presente. Eram frases de conteúdo moral humano. Escrevia sobre as fraquezas humanas como a intolerância, a falta de empatia (colocar-se no lugar do outro), a ambição, a avareza, o egoísmo.O perdão é um atributo associado a sabedoria que por sua vez é associado a empatia.



6.3 - Retirando seus inimigos da platéia e colocando-os no palco
  
     Seus gestos desearmaram seus opositores. O foco de tensão foi pouco a pouco dissipado. Eles começaram a sair da esfera instintiva, do desejo de matar, para a esfera da razão. Desse modo, como um artesão da inteligência e sabedoria, o Mestre dos mestres preparou o terreno da inteligência deles para um ato de Mestre. Um ato que os libertaria do cárcere intelectual.
     Respondeu com uma lucidez impressionante. Disse-lhes: -"Aquele que dentre vós estiver sem pecado (erros, falhas, injustiças) seja o primeiro que lhe atire a pedra!" Ele teve uma coragem inusitada ao dizer essa frase. Ela poderia ter sido apedrejada na sua frente repentinamente. Mas ele só fez isso após debelar o foco de tensão emocional deles.
     Eles ficaram pasmados. Ele os autorizou a atirar a pedra nela, mas mudou a base do julgamento.  Teriam de pensar antes de reagir. Teriam de avaliar a história deles para depois julgá-la. Jesus fez uma engenharia intelectual que eles não perceberam, pois envolveu processos inconscientes.
     Ao olhar para o espelho de sua alma para depois condenar a mulher, eles exerceram uma das mais importantes funções da inteligência: colocar-se no lugar dos outros. Assim, tornaram-se autores da sua história, pelo menos momentaneamente. Mergulharam para dentro de si, viram suas fragilidades, reconheceream sua inustiça.
     Desse modo, saíram da platéia, entraram no palco da sua mente e deixaram de ser vítimas do seu preconceito. Dominaram temporariamente sua agressividade, saíram de cena, não a mataram.
     Atitudes como essas revelam uma face desconhecida de Jesus Cristo. Ele não apenas foi o Mestre dos mestres da qualidade de vida, mas também o maior promotor de saúde mental de que se tem conhecimento. 
     Provavelmente, foi a primeira vez na história que linhcadores, sob o controle do ódio, fizeram uma ponte entre o instinto e a razão, saíram da agressividade cega para o oásis da serenidade. Esse feito foi tão surpreendente  que equivale a desarmar um terrorista no momento em que ele está para explodir seu corpo e levá-lo a encontrar uma fonte de sensibilidade dentro de si mesmo. 
     A melhor maneira de desarmar um agressor e abrir o leque de sua inteligência é surpreendê-lo, seja com o silêncio, seja com um elogio, seja com uma atitudes inusitada, ou com grande sabedoria. Muitos assassinatos teriam sido evitados com essas atitudes. Da próxima vez que estiver em situação constragedora, não se obrigue a dar resposta imediata, treine ser amigo do silêncio. 
     Os discípulos de Jesus estavam controlados pelo medo e pela ansiedade. Se pergunta fosse dirigida a eles, talvez tivessem ordenado que exterminassem a mulher. Mas eles viram seu Mestre navegar nas águas da emoção e ser líder de si mesmo em situações-limite. 
  1.  Aprenderam a perceber que o maior líder é aquele que lidera seu próprio mundo;
  2.  Aprenderam que a agressividade, a falta de compreensão e a crítica impensada são os alicerces dos frágeis;
  3. Aprenderam a vacinar-se contra a discriminação e a valorizar a vida como um espetáculo insubstituível.
     Se a humanidade vivesse 10% das ferramentas e princípios sobre os quais o Mestre dos mestre discursou eloqüentemente, as guerras, a competição predatória, a violência, as dicriminações, os conflitos psíquicos, as crises sociais estariam nas páginas dos dicionários e não nas páginas da nossa vida. 
     A qualidade de vida, a saúde emocional e o desenvolvimento da inteligência dariam um salto sem precedente. Os povo os têm admirado ao longo dos séculos, mas não têm respirado as suas palavras e recitado as suas poesias...

Não tenha medo de trocar experiências, chorar e contar suas dificuldades. Lembra que trabalharemos com os painéis a cada final de capítulo? Vamos prosseguir então. Caso tenha dúvidas clique aqui e veja no item 9.


PAINEL I - Pontos sugeridos para reflexão e discussão (refere-se a pontos que sugerimos para comentários toda Sexta-Feira. Esse painel deve ser lido atentamente pelos participantes. Ele funciona apenas como um roteiro para estimular os comentários de idéias e a troca de experiências)
  1. A vida é uma jóia única no teatro da vida: todos temos uma rica história. Você tem investido em qualidade de vida ou tem sido uma máquina de trabalhar?  Qual o valor real que você dá para sua vida e para as pessoas que ama?
  2. Toda discriminação é desinteligente. Você sentiu ou se sente inferior às pessoas?
  3. Resgatar a liderança do "eu" é tomar decisões conscientes. O que mais o perturba no teatro da sua mente? Que decisões você tem adiado na sua vida?
  4. Um "eu" frágil não é autor da sua história, não tem metas, objetivos, não intervém dentro de si mesmo, perpetua suas misérias psíquicas. Você é irritado e ansioso? É impulsivo e intolerante? Cobra demais de si? Cobra excessivamente das pessoas? Que características da sua personalidade você deseja superar?
  5. O amor era o fundamento da sabedoria do Mestre dos mestres. Quanto você ama a vida?
  6. O Mestre dos mestres usava o silêncio para pensar antes de reagir e resgatar a liderança do "eu". Você usa o silêncio nas situações tensas? Você consegue ter domínio próprio e surpreender seus colegas de trabalho e seus familiares quando eles o decepcionam?


PAINEL II - Exercício para prática diária (refere-se a como praticar a lei da qualidade de vida. Existem exercícios práticos que todos os participantes devem tentar fazer durante a semana que sucede os estudos).
  1. Faça um relatório das características da lei "seja autor da sua história", descritas no inínio deste capítulo, que você precisa desenvolver. 
  2. Faça um relatório das decisões que você tem adiado e que precisam ser tomadas. 
  3. Treine aprender a pensar antes de agir. Treine usar a ferramenta do silêncio nos focos de tensão. 
  4. Todo ser humano, quando constrói um pensamento, é um grande artista, ainda que viva no anonimato. Jamais se sinta inferior às pessoas.
  5. Nunca desista das pessoas que você ama e nunca desista de si mesmo. 
  6. Não seja escravo dos seus conflitos.  Tenha um "eu" lúcido e crítico, que que sabe o que quer. Exercite diariamente sair da platéia, entrar no palcoda sua mente, ser líder de si mesmo. Resgate a liderança do "eu".
  7. Enfrente com dignidade suas dores, dificuldades, angústias, humor triste, pensamentos negativos. Não tenha medo de suas mazelas psíquicas; Mas, sim, receio de ser omisso, de não ser autor da sua história.
Faça um relatório dos seus exercícios durante a semana que sucede o estudo relatando o que praticou e qual foi o resultado? Guarde seu relatório para você ir fazendo seu acompanhamento durante os estudos.

 Agora, é só postarem seus comentários conforme o PAINEL I, vamos participar!

Obrigada pela sua participação e desejo votos de muita paz!

Um comentário:

  1. PAINEL I - minha pauta

    1. Antes eu pensava que conhecia o valor da vida, achando que estudando para ser alguém esse seria o maior valor. Sendo hoje depois de alguns sofrimentos pude perceber que o valor da vida é a prória vida em sua essência, simplicidade. O Valor não lapidar os sentimentos que julgamos estarem prontos para serem melhores ainda.
    2. Antes ter consciência do efeito do sofrimento, eu sempre me achava uma coitada por não ter sorte, vítima por me sentir prejudicada pelos outros. Atualmente, eu ainda estou em processo de evolução nesse setor, mas já melhorei no que diz respeito a inferioridade. Hoje orgulho da minha reforma interior visando sempre ser superior usando como ferramentas a sabedoria, tolerância, paciência. Depois que parei de julgar as pessoas positivamente e passei a me elogiar mais, percebi um certo entusiásmo que nasce la na alma. Por isso me sinto superior a tudo que tenta me atingir, ouço mais para me alimentar o sentimento e argumentar de forma sábia.
    3. Tenho que convir que o que mais me preocupa e venho adiando é o profissional. Mas isso é algo que determinei e já estou trabalhando, ainda venho protelando alguns planos, mas já estou sabendo como administrá-los depois que comecei a participar desse programa. Traçar metas e fazer cumprir é uma tarefa que está me ajudando.
    4. Ansiedade ainda é uma característica que preciso trabalhar.
    5. Amo a vida desde o momento que Deus me permitir o nascimento. E o fato de eu orar agradecendo é uma forma de contemplar a grandeza que Deus me proporcionou, um corpo perfeito, caráter, moral, e continuar escrevendo a minha história dentro da base que fui criada.
    6. Me considero um ser humano centrada em tudo que faço, sempre busquei com sucesso o equilíbrio psiquico em momentos de crises. Se a crise existe, o melhor meio de enfrenta-la é na base da harmonia, tranquilidade para organizar os pensamentos. Com calma, mesmo assim se eu não atinjo o sucesso, penso sempre que para cada efeito tem uma lei, e tudo acontece no momento oportuno, me abasto e me refaço e não perco a fé em mim para tentar novamente. O que importa é nunca e jamais desistir por desânimo.

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